A partir de conceitos como frames (enquadramentos interpretativos), metáforas e coalizões discursivas, dimensões analíticas oriundas da virada argumentativa no estudo das políticas públicas (FISHER; FORESTER, 1993; DRYZEK,1993; FUKS, 2000), esse trabalho procura identificar as principais concepções que orientaram o reconhecimento dos jovens no campo de políticas de juventude no Brasil e influenciaram a escolha de estratégias administrativas de gestão dessas políticas. Em relação às estratégias, argumentamos que, em trabalhos do campo de públicas, os conceitos de transversalidade e intersetorialidade frequentemente têm sido utilizados como equivalentes ou intercambiáveis (BRONZO; COSTA, 2012; CUNILL-GRAU, 2014; VEIGA; BRONZO, 2014; CUNILL-GRAU; FERNÁNDEZ; MANRÍQUEZ, 2013; entre outros), não se apreendendo às diferentes concepções e formas de reconhecer o público-beneficiário associadas a estas distintas abordagens administrativas. A análise empírica do campo de políticas de juventude ajuda a explicitar essa diferenciação e a elucidar a relação entre esses conceitos e o ciclo da política pública.