Os empresários são os que mais interagem com o setor público nas políticas públicas de turismo. Diante dessa realidade tem-se a proposta de Hirschman (1973) sobre o comportamento dos agentes, sintetizado em três formas: saída (desistência, abandono da relação), voz (ação política, manifestação de suas ideias) e lealdade (renunciar a sua preferência em função do compromisso). Assim, este artigo tem como objetivo analisar a interação entre empresários e setor público nas políticas públicas de turismo, por meio de um estudo na cidade de Curitiba (Brasil), tendo como base a teoria de voz, saída e lealdade, proposta por Albert Hirschman (1973). A partir deste referencial teórico e de uma metodologia pautada na teoria fundamentada foram coletados e analisados os dados. Realizou-se vinte e seis entrevistas com agentes públicos e privados ligados ao turismo em Curitiba. Como resultado observou-se a presença da voz horizontal, com dificuldade de diálogo entre os empresários e entre a burocracia, e da voz vertical, marcada pela necessidade presente em ambas as partes de escutar mais a voz da outra, além de uma precaução no uso da voz. Identificou-se que a saída é um comportamento pouco comum, mas está presente o boicote. E destaca-se a lealdade com o setor público por parte das instituições com um maior poder financeiro, principalmente em grandes projetos. Conclui-se que na interação entre empresários e setor público, apesar da lealdade predominar, ela não resulta em cooperação com uma voz propositiva de empresários e setor público para definir e implementar objetivos estratégicos comuns.
